Terça-feira, 17 de Dezembro de 2013, 09:02:08
Vista com bons olhos pelo governo federal,
área acadêmica e consumidores, a energia solar terá penetração no
mercado mais lenta do que inicialmente prevista. O motivo para o
"atraso" no desenvolvimento da fonte é a baixa competitividade em
relação a outras tecnologias, como hidrelétricas, eólicas e térmicas a
gás natural.
A tecnologia de geração solar distribuída, aquela produzida por meio
de painéis fotovoltaicos instalados nos tetos de casas e edifícios, e
considerada a mais competitiva no ramo solar, foi impactada
negativamente no Brasil por três fatores conjunturais: o pacote de
redução das tarifas de energia do governo, a variação cambial e a versão
final da resolução nº 482/2012 da Agência Nacional de Energia Elétrica
(Aneel).
A redução das tarifas das distribuidoras, da ordem de 20%, aplicada
em janeiro pela Aneel no âmbito do pacote do governo federal, afetou a
competitividade da geração solar distribuída. A conta de luz mais alta é
o principal incentivo para que o consumidor decida pela instalação de
projetos de energia solar em suas residências.
Outro ponto desfavorável foi a desvalorização do real frente ao
dólar, já que os principais componentes, como os módulos fotovoltaicos,
são importados. Neste ano, a variação acumulada da moeda estrangeira em
comparação com o real está em 14,3%.
Com relação à resolução nº 482/2012, que regulamenta a conexão dos
equipamentos à rede elétrica e o desconto na conta de luz na proporção
da energia gerada a partir da fonte solar, a versão final da norma
retirou um item existente na proposta inicial pela Aneel. Ele previa que
o eventual excesso de geração numa unidade consumidora pudesse ser
utilizado em outras. Essa mudança reduziu a possibilidade de utilização
desses equipamentos em condomínios comerciais e residenciais.
Ao contrário da geração solar distribuída, o cenário para a produção
de energia solar centralizada (a das usinas) melhorou em relação ao ano
passado. Embora ainda não seja competitiva para disputar os leilões de
energia, a fonte solar registrou projetos inscritos para as licitações
neste ano.
Para o segundo leilão "A-5" (que negociou contratos para início de
fornecimento em 2018), realizado na sexta-feira, foram inscritos 88
projetos de energia solar fotovoltaica, somando 2.024 megawatts (MW)
instalados e sete projetos de energia solar heliotérmica, que
totalizaram 210 MW. Para o leilão A-3 (que negociou contratos para
início de entrega em 2016), realizado em novembro, foram 31 projetos de
energia solar fotovoltaica, com 813 MW de capacidade.
Segundo especialistas, apesar de a energia solar ainda não ser
competitiva nos leilões, o cadastramento de projetos na Empresa de
Pesquisa Energética (EPE) serviu para demonstrar o interesse de
investidores por esse setor no país.
Outro ponto favorável é o leilão específico para compra de energia
solar que será realizado pelo governo de Pernambuco em 27 de dezembro. A
licitação terá preço-teto de R$ 250 por megawatt-hora (MWh), com início
de suprimento em 1º de julho de 2015 e prazo de 20 anos.
Fonte: Valor Econômico
fonte: boletim Informativo Suinocultura Industrial
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